Atividade realizada em parceria com o Senac, buscou orientar os reeducandos para a realização de cursos profissionalizantes.

O Projeto Reeducar, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), realizou na manhã desta quarta-feira (12), no Fórum Ministro Henoch Reis, localizado no bairro de São Francisco, zona Centro-Sul de Manaus, mais um ciclo de palestra da programação preparada para este segundo semestre. A atividade foi realizada em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e teve a participação de 20 pessoas que passaram por audiências de custódia ou foram liberados do sistema penitenciário.

Na abertura da programação, a juíza Eulinete Melo Lima Tribuzzy, titular da 11ª Vara Criminal e coordenadora do Reeducar, destacou a importância do projeto como uma oportunidade para que os participantes não voltem a reincidir na prática de delitos.

“Nós ficamos muito felizes por contribuir desta forma e temos a sorte de contar com apoio de várias instituições parceiras, como é o caso do Senac, que oferta cursos profissionalizantes. O Reeducar tem essa missão de resgatar essas pessoas e buscar auxiliá-las no processo de reinserção social”, destacou a juíza.

O reeducando K.S., de 30 anos, um dos participantes da palestra desta quarta-feira, concluiu o curso de inspetor de qualidade e está otimista para conseguir retornar ao mercado de trabalho. “Antes de eu cumprir pena, fazia faculdade de administração, mas acabei fazendo escolhas erradas. Agora, estou esperançoso. Por meio do Projeto Reeducar, concluí o curso de capacitação em inspeção de qualidade e assim estou dando continuidade à minha vida”, disse ele a final da palestra.

De acordo com a supervisora pedagógica do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Viviane Buzaglo, a palestra desta quarta-feira buscou fazer a sensibilização dos participantes, para ajudá-los a compreender que é possível recomeçar e, por meio da capacitação profissional, construir uma realidade diferente. “Esse é um contato importante que fazemos com eles por meio da palestra motivacional, mostramos os exemplos de superação, tratamos de vários temas relevantes dessa fase de mudança e, assim, os preparamos para as próximas fases que são os cursos de capacitação”, enfatizou a supervisora.

No final do primeiro semestre deste ano a juíza Eulinete Tribuzzy apresentou o relatório das ações do Reeducar, apontando que no período de janeiro a julho, 1.242 pessoas que passaram pelo sistema carcerário assistiram às palestras que são realizadas pelo projeto duas vezes ao mês. Além disso, 645 pessoas foram cadastradas no sentido de buscar uma vaga de emprego ou realizar cursos de capacitação.

Além das palestras, os reeducandos são encaminhados aos órgãos conveniados para emissão de Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, Título de Eleitor, cadastro para emprego, encaminhamento para educação de jovens e adultos, e encaminhamentos para Cetam, Senai, Senac, Sesc e Semtrab. Os atendimentos são extensivos aos familiares.

“O desenvolvimento do Projeto Reeducar tem contribuído muito para a redução do índice de reincidência ao sistema prisional. O número de reincidentes é muito pequeno no universo de reeducandos que passaram pelo projeto. É um trabalho social que tem parceria com vários órgãos. Agradecemos nossos parceiros que têm colaborado para o sucesso desse projeto”, disse a juíza.

Sobre o Projeto
Desenvolvido pelo Tribunal de Justiça do Amazonas desde 2009, o Reeducar foi idealizado pela juíza Eulinete Tribuzzy. Desde então, mais de 11 mil pessoas passaram pelas palestras do projeto, que conta com a parceria direta de instituições e entidades como a Defensoria Pública do Estado, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, dentre outras. O objetivo do projeto é desenvolver ações de responsabilidade social, fora do ambiente carcerário, para promover apoio sociopsicopedagógico às pessoas beneficiadas com a liberdade provisória, sob o foco dos princípios constitucionais.

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