“Se não utilizarmos as novas ferramentas tecnológicas e de inteligência artificial, e instrumentos jurídicos que sejam eficazes para atender às demandas coletivas, nós seremos atropelados pela história”, afirmou o presidente do STF.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Dias Toffoli, defendeu nesta quarta-feira (5), na abertura do curso “O juiz e os desafios do processo coletivo”, promovido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), que o Judiciário deve usar a tecnologia para melhorar a prestação jurisdicional.
“Depois da Constituição de 1988, o Judiciário é completamente diferente. Antes só julgava causas individuais. Hoje, trata de grandes demandas que envolvem uma sociedade cada vez mais complexa. Se nós não nos adaptarmos a esse mundo, não utilizarmos as novas ferramentas tecnológicas e de inteligência artificial, e instrumentos jurídicos que sejam eficazes para atender às demandas coletivas, nós seremos atropelados pela história. A sociedade cobra a prestação jurisdicional e temos que responder de forma célere e com qualidade”, disse.
O ministro Dias Toffoli afirmou ainda que as escolas judiciais devem oferecer cursos para que os magistrados conheçam mais a realidade brasileira, convidando pessoas de outros setores além do Direito, como economia, área social e cultura. “Isso é muito importante para a formação do magistrado, para sabermos a consequência das nossas decisões”, salientou.
O presidente do Supremo destacou que, no Brasil, um juiz de primeira instância tem o poder de afastar uma norma inconstitucional. “É um poder muito grande e necessário num país em formação como o nosso, mas é necessário que tenhamos noção das consequências das nossas ações. Tenho dito que o Judiciário do Século XXI tem que se basear em três alicerces para melhoramos cada vez mais a nossa prestação jurisdicional: transparência, eficiência e responsabilidade”, reforçou.
RP/EH
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