A abertura oficial da atividade ocorrerá, simultaneamente, nos municípios de Iranduba e Lábrea.


As comarcas do interior do Estado participam a partir de segunda-feira (10) da primeira edição da Semana de Baixas Processuais, mais uma ação implementada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) com o objetivo de promover a melhoria contínua dos indicadores de produtividade das unidades judiciárias.

Durante a semana, as comarcas do interior deverão, em regime de mutirão, fazer a análise de todos os processos não baixados, com o objetivo de efetivar o trânsito em julgado ou a remessa em grau de recurso, a baixa ou arquivamento definitivo desses.

A abertura oficial da atividade ocorrerá, simultaneamente, nos municípios de Iranduba, com a presença da juíza Andréa Jane Silva de Medeiros, uma das coordenadoras da semana, e no município de Lábrea, com a presença do juiz Roberto Taketomi.

No próximo mês de outubro, uma nova edição da Semana das Baixas Processuais será realizada pelo Tribunal, desta vez incluindo as unidades judiciárias da capital, conforme previsto na Portaria nº 1.052, publicada no mês de maio e assinada pelo presidente da Corte Estadual, desembargador Yedo Simões.

Conforme a Portaria, as atividades da Semana de Baixa Processuais serão realizadas por todos os servidores das unidades judiciárias, sob a supervisão do juiz titular, auxiliar ou substituto e no período de sua realização ficará suspenso, excepcionalmente, o atendimento ao público, sem prejuízo dos atendimentos em caráter de urgência, facultando-se ao magistrado responsável pela unidade judiciária a suspensão das audiências já agendadas.

O período de esforço concentrado será presidido pelo coordenador da Comissão de Acompanhamento das Metas Nacionais do Poder Judiciário, desembargador José Hamilton Saraiva dos Santos e terá o apoio da Divisão de Tecnologia da Informação e Comunicação, da Divisão de Planejamento da Corte e da Coordenadoria do Núcleo Estatístico e Gestão Estratégica do TJAM, a qual, no período da Semana de Baixa acompanhará, diariamente, os quantitativos dos processos baixados.

“Os magistrados das comarcas do interior já receberam um levantamento dos processos que têm o perfil para entrar na pauta da Semana de Baixas Processuais. Esse levantamento prévio é um bom ponto de partida e facilitará o trabalho dos juízes e de suas equipes com vistas ao alcance dos objetivos da ação”, afirmou a juíza Andréa Jane.

A magistrada destaca que o Tribunal tem se destacado no cumprimento das Metas Nacionais fixadas pelo Conselho Nacional de Justiça e obtido, inclusive, premiações decorrentes desses resultados, com o Selo Ouro e Selo Prata do Justiça Em Números. “Com esta ação específica nosso objetivo é contribuir para que as unidades judiciárias reduzam suas taxas de congestionamento processual e melhorem seus IPC-Jus (Índice de Produtividade Comparada)”, acrescentou a juíza Andréa Jane.

Os processos estavam com tramitação suspensa em razão de um Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), recentemente julgado pelo Pleno do TJAM.


O 9.º Juizado Especial Cível (JEC) da Comarca de Manaus iniciou na segunda-feira (3) um mutirão para julgar processos que têm como parte demandada a concessionária Águas de Manaus (antiga Manaus Ambiental). Os processos estavam com a tramitação suspensa em razão de um Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), julgado recentemente pelo Pleno do TJAM e que confirmou a competência dos Juizados Especiais para julgarem ações relativas a falhas na prestação do serviço de abastecimento de água.

Com previsão de se estender até o final do mês de julho, o mutirão do 9.º JEC deverá julgar 1.200 processos. Segundo a juíza Vanessa Leite Mota, titular do Juizado, sob nova gestão, a empresa concessionária mudou de postura, o que tem facilitado o julgamento dos processos. “A empresa não tinha o perfil de apresentar proposta de acordo. Desde segunda-feira, quando iniciamos o mutirão, eles têm analisado os processos e vêm apresentando propostas de acordo quando entendem que a reclamação da parte autora tem fundamento. Nos casos em que a proposta é aceita, a sentença homologatória sai na hora, com data para pagamento do valor ajustado entre as partes. Os demais estão ficando conclusos para sentença e as partes vão ser intimadas da decisão”, disse a magistrada.

Mutirões com o mesmo objetivo serão realizados pelo 10.º e 16.º Juizados Especiais Cíveis que, assim como o 9.º JEC, funcionam no Fórum Azarias Menescal, na zona Leste da capital.

Respondendo pelo 10.º JEC, onde as atividades do mutirão começam na próxima segunda-feira (10), o juiz Igor de Carvalho Leal Campagnoli disse que 1.200 processos estarão em pauta na unidade judiciária, com possibilidade de realização de 70 audiências diárias.

No 16.º Juizado Especial Cível, que tem como titular a juíza Jaci Cavalcanti Gomes Atanázio, o mutirão será realizado durante os meses de julho e agosto, com a previsão de 2 mil processos em pauta.

Competência confirmada

No final do último mês de abril, o Pleno do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) fixou duas teses jurídicas e confirmou a competência dos Juizados Especiais Cíveis (JEC) para julgar ações individuais relativas a eventuais falhas na prestação do serviço de abastecimento de água na cidade de Manaus observadas entre os anos de 2007 e 2013.

Nos autos do processo n.º 4002464-48.2017.8.04.0000, onde foi identificado um Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) para fins de assegurar a uniformidade de entendimentos nos julgamentos de questões relativas ao tema no âmbito da Justiça Estadual, a empresa Manaus Ambiental S.A. defendia a judicialização somente de ações coletivas e que os referidos processos não fossem mais julgados pelos Juizados Especiais, tradicionalmente conhecidos como juizados de pequenas causas.

O relator do IRDR, desembargador Ari Jorge Moutinho da Costa, contudo, à luz da jurisprudência de tribunais superiores e do Código de Defesa do Consumidor (CDC), reafirmou a competência dos Juizados Especiais para julgar os feitos sobre o tema, assim como a possibilidade do ajuizamento de ações individuais.

Criação de novas sedes deve ocorrer no prazo de oito meses sob pena de multa mensal de 200 mil reais. Mesma decisão determina inúmeras providências para otimizar Conselhos já existentes.

A juíza titular do Juizado da Infância e Juventude Cível, Rebeca de Mendonça Lima, determinou que a Prefeitura de Manaus crie e estruture, no prazo máximo de oito meses, três novas sedes de Conselhos Tutelares na capital amazonense. A decisão atende à Ação Civil Pública (nº 0642826-11.2017.8.04.0001) e determina inúmeras outras providências para que as atividades dos conselhos tutelares existentes sejam otimizadas.

A magistrada aponta que a determinação impele o Município a responder aos anseios da população e atenta para o que exige resolução do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda). “Diferente do que alega (nos autos) o requerido (Município), a resolução nº 75 do Conanda foi atualizada pela 139/2010, que em seu art. 3º § 1º consta que deveria ser criado um Conselho Tutelar para cada cem mil habitantes (…) Consoante previsão legal, o Município não tem discricionariedade (escolha), mas obrigação em adequar a realidade da população atual da cidade”, diz a juíza Rebeca de Mendonça Lima.

O descumprimento à decisão judicial acarretará em multa mensal de 200 mil reais ao Município.

A criação de três novas sedes de Conselhos Tutelares, conforme a decisão judicial, deve ser acompanhada da estruturação destes espaços, com material e pessoal necessários para seu regular funcionamento e, também, da realização de eleições unificadas para a escolha dos novos conselheiros destas unidades.

Funcionamento ininterrupto

Na mesma decisão a juíza Rebeca de Mendonça Lima determina que os conselhos tutelares existentes na capital devem atender à população de forma permanente e ininterrupta, inclusive nos feriados e finais de semana, das 8h às 18h.

A ordem judicial exige ainda que a Prefeitura estabeleça, no prazo de 60 dias, plantões presenciais nos finais de semana, com no mínimo, um conselheiro tutelar por sede de Conselho, das 8h às 12h e de 14h às 18h para atendimento às situações de urgência.

Ordena, também, que seja efetivamente realizado atendimento, no mesmo dia, a todos os usuários que se dirigirem aos Conselhos, sendo a primeira vez ou não, ainda que o conselheiro responsável pelo caso apresentando pelos demandantes esteja ausente por qualquer motivo.

Estabelece, com o mesmo objetivo, que o Município lote, no prazo de 30 dias, no mínimo dois recepcionistas para cada conselho tutelar, no sentido de trabalhar inclusive nos finais de semana.
Jornada laboral mínima

A juíza Rebeca de Mendonça Lima também determinou que seja estabelecida jornada laboral mínima de 8 horas diárias, em relação a cada membro de conselho tutelar, durante os dias úteis, em carga horária que deve ser cumprida dentro do intervalo compreendido entre 8h e 18h.

Ordena que sejam mantidos, nos conselhos, livros atualizados acerca de todas diligências externas de cada conselheiro tutelar, devendo constar informações como: hora de saída, retorno, motivo do atendimento ou atividade, nome da criança ou adolescente e familiar, número do procedimento no conselho tutelar, bem como dar conhecimento ao colegiado nas reuniões semanais dos conselhos tutelares, como forma de preservar o controle administrativo e possibilitar fiscalizações das atividades.

Determina, ainda, que a Prefeitura implemente e faça funcionar, no prazo de 120 dias (4 meses) o programa Sipia (Sistema de Informações para Infância e Adolescência) com o intuito de possibilitar a coleta de dados referentes às demandas sociais deste público.

Conforme consta na Ação Civil Pública, a demanda foi iniciada “a partir de notícias de que alguns conselheiros nunca estavam na Sede do Conselho Tutelar para atender regularmente a população que os procuravam, ocasião em que várias falhas no controle e atuação desses Conselhos foi constatada”, apontou o Ministério Público Estadual.

No exercício da Presidência do TJAM, o desembargador Wellington elogiou a iniciativa do órgão ministerial em promover o evento

O presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Wellington José de Araújo, participou na manhã desta segunda-feira (3) da abertura da 2ª Semana do Meio Ambiente, evento promovido pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM). A programação do evento – que destaca temas como Resíduos Sólidos, Educação Ambiental, Desafios do Clima, entre outros –, se estenderá até quarta-feira (5), de 8h30 às 12h, no auditório Carlos Alberto Bandeira, na sede do MP, na zona Oeste da capital. As palestras são destinadas ao público em geral e, ao final, será disponibilizada certificação aos participantes.

O desembargador Wellington Araújo elogiou a iniciativa do Ministério Público do Estado do Amazonas em promover o evento e destacou a importância da preservação do meio ambiente, principalmente para quem vive na Amazônia. “O Ministério Público está de parabéns e o Tribunal de Justiça apoia qualquer iniciativa em relação à preservação do meio ambiente”, disse Wellington José de Araújo.

A procuradora-geral de justiça do MP-AM,, Leda Mara Albuquerque, disse que este é um momento importante de discussão que o órgão promove em torno de um tema que é muito caro à sociedade, sendo imperioso entender a responsabilidade institucional e social diante de uma temática que tem uma relação com qualidade de vida das pessoas.

“Na hora em que o meio ambiente é degradado, as florestas são destruídas , que a nossa água não é aproveitada de forma satisfatória, perde a população. Então, espero que este seja um momento rico de discussão que nos remeta a dias melhores em relação ao meio ambiente e à qualidade de vida do povo”, disse Leda Albuquerque.

O primeiro dia de evento contou com a participação de Maria do Carmo de Souza, representante da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Reaproveitáveis (ACMAR); Ruy Marcelo Alencar, procurador de contas e titular da Coordenadoria do Meio Ambiente do MP de Contas de Amazonas; e Elizabeth Santos, professora da Universidade do Estado do Amazonas. Os participantes receberam mudas de ipê.

Nesta terça-feira, o evento vai ter uma Feira de Produtos Orgânicos Regionais, no estacionamento em frente ao auditório e seguem as rodadas de palestras, com Luciano Loubet, promotor de Justiça do Ministério Público do Mato Grosso do Sul. Finalizando a programação do dia, estará Renato Góes, consultor em regularização fundiário e presidente da Comissão de Reurbanização, Habitação e Moradia Social do Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário (IBRADIM).

Na quarta-feira haverá palestras do desembargador de Tribunal de Justiça de Estado do Rio de Janeiro, Elton Martinez Leme e dos secretários de Meio Ambiente do Amazonas e do Município de Manaus, Eduardo Taveira e Antônio Nelson Oliveira, respectivamente; bem como um debate mediado pelo promotor de Justiça Paulo Stélio Sabbá Guimarães, idealizador do evento, que vai comentar sobre a proposta do evento.

TJAM é destacado pelo empenho no julgamento de processos antigos (Meta 2), pelo julgamento de crimes contra a Administração Pública (Meta 4), por impulsionar processos à execução (Meta 5), pela prioridade às ações coletivas (Meta 6) e pelo enfrentamento à violência doméstica (Meta 8).

Os índices de produtividade do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), assim como os indicadores que apontam o cumprimento, pela Justiça Estadual do Amazonas, das principais metas nacionais estabelecidas para tribunais brasileiros foram destacadas pelo “Relatório Metas Nacionais do Poder Judiciário/2018”. O documento foi divulgado recentemente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O relatório revela o resultado final do esforço dos tribunais brasileiros para o cumprimento das Metas Nacionais estabelecidas para o ano de 2018 com os números expostos no documento, referindo-se a dados lançados em sistema eletrônico que foi disponibilizado pelo CNJ até o dia 2 de abril de 2019.

Razoável duração dos processos

Dentre os índices alcançados pelo TJAM o Relatório do CNJ destaca, em sua página 20, o atingimento, pelo tribunal amazonense, da Meta Nacional 2, a qual solicitava que os tribunais priorizassem o julgamento de processos antigos. Em atendimento a esta meta, o Judiciário Estadual alcançou 101,01%. Conforme o CNJ, em seu relatório, incluindo o TJAM, somente 11 tribunais estaduais atingiram a meta, sendo eles: TJAP, TJAC, TJRR, TJSE, TJMT, TJRO, TJPB, TJTO, TJDF e TJSC.

Conforme pontuado pelo CNJ, no Relatório, a razoável duração dos processos é o objetivo da Meta 2, sendo esta uma garantia fundamental instituída pela Emenda Constitucional nº 45/2004.

Julgamento de crimes contra a Administração Pública

O Tribunal de Justiça do Amazonas foi destacado no mesmo Relatório do CNJ pelo atingimento da Meta 4, por meio da qual o Conselho Nacional solicitava que os tribunais brasileiros priorizar o julgamento de processos relativos à corrupção e à improbidade administrativa assim como de ações penais relacionais a crimes contra a Administração Pública. Nesta meta específica, o Relatório, em sua página 29, cita o exemplo do TJAM que a cumpriu integralmente, em 104,62%.

Acerca da Meta 4, o Conselho Nacional de Justiça, cita que ela busca “atender aos anseios da sociedade, que espera do Poder Judiciário resposta tempestiva nos processos que visam à persecução das condutas violadoras dos princípios da Administração Pública, dos deveres de probidade e da coisa pública”.

Processos impulsionados à execução

O Relatório, em sua página 31, cita, ainda, o bom empenho do Tribunal de Justiça do Amazonas no cumprimento da Meta 5 (Impulsionar processos à execução). Conforme o Relatório do CNJ “destacam-se os tribunais estaduais do Distrito Federal, de Rondônia, de Sergipe, do Tocantins, do Amazonas, do Pará, do Rio Grande do Norte e do Rio Grande do Sul, que cumpriram todos os requisitos da Meta e alcançaram percentual de 111,11%”, diz o documento em sua página 31.

Para o CNJ, a execução das decisões judiciais é um dos principais desafios do Judiciário brasileiro, “tendo em vista os diversos fatores que interferem na atuação da Justiça nesta fase processual, tais como a dificuldade de localizar bens do executando ou a de indicação, pelo credor, de bens do devedor passíveis de execução”, aponta o documento.

Prioridade às Ações coletivas

O bom desempenho da Justiça Estadual do Amazonas é destacado também nos indicadores de cumprimento da Meta 6 (Priorizar o julgamento de Ações coletivas). O TJAM alcançou a referida Meta em 107,27% e conforme o Relatório, em sua página 34, “os Tribunais de Justiça dos Estados do Acre, de Alagoas, do Amazonas, do Amazonas, do Distrito Federal, do Espírito Santo, do Mato Grosso do Sul, da Paraíba, de Rondônia, de Santa Catarina, de Sergipe e do Tocantins destacaram-se por terem cumprido a Meta 6”.

Para o CNJ, as ações coletivas permitem que várias demandas sejam solucionadas em um único processo, acarretando a racionalização do trabalho e, consequentemente, significa economia processual.

Enfrentamento à violência doméstica

O bom desempenho do TJAM foi destacado, ainda, pelo Relatório do CNJ, pelo cumprimento da Meta Nacional 8, a qual solicitava dos tribunais brasileiros, o empenho para fortalecer a rede de enfrentamento à violência doméstica. “Treze tribunais obtiveram mais de 100% na Meta 8, com destaque ao Tribunal de Justiça da Bahia, de Goiás, do Mato Grosso, do Amazonas, e do Tocantins, que atenderam a todos os requisitos cobrados na meta e alcançaram 142,86% de cumprimento”.

Para dar efetividade ao enfrentamento à violência doméstica – foco da Meta 8 – as ações desenvolvidas pelo TJAM foram destacadas pelo CNJ na página 60 do Relatório, que mencionou como medidas eficazes, no Amazonas: o projeto ‘Maria Acolhe’; o atendimento humanizado às Mulheres vítimas de violência; o projeto ‘Pit-Stop – Enfrentando a violência contra a mulher: o Judiciário está com você’; os atendimentos individuais às vítimas que solicitam desistência das medidas protetivas;os grupos de reflexão com vítimas de violência doméstica; palestras socioeducativas em áreas de vulnerabilidade econômica e em escolas da rede pública de ensino, além do trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Atendimento ao Homem Autor de Violência contra a Mulher (Nuah).

Para o presidente do TJAM, desembargador Yedo Simões, o reconhecimento do CNJ é gratificante para todos que trabalham no Judiciário Estadual do Amazonas. “É, sobretudo, um estímulo para que intensifiquemos nossos projetos e ações para aperfeiçoar o atendimento do judiciário, prezando pela celeridade processual, eficiência do atendimento e modernização”, afirmou o desembargador.

 

 

O assunto será abordado na palestra do juiz Daniel Carnio, promovida pela Esmam, nesta sexta-feira. As inscrições continuam abertas.


O grupo de trabalho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado para debater e sugerir medidas voltadas à modernização e efetividade da atuação do Poder Judiciário nos processos de recuperação e falência de empresas, aprovou este mês dois atos normativos relacionados ao assunto e que os tribunais deverão adotar: o primeiro deles é sobre Perícia Prévia e o segundo, trata da competência regional para Varas Especializadas em Falências e Recuperação de Empresas, considerando determinados critérios.

Este é um dos assuntos da palestra desta sexta-feira (31/5), com Daniel Carnio Costa, juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça e membro do grupo de trabalho do CNJ. A palestra – “Lógica Econômica e Jurídica da Recuperação de Empresas” – está marcada para 15h, no auditório do Centro Administrativo Desembargador José Jesus Ferreira Lopes, prédio anexo ao edifício-sede do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), localizado na avenida André Araújo, bairro do Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus. A participação é gratuita e qualquer pessoa pode participar.

O grupo de trabalho, liderado pelo ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi criado por meio da Portaria CNJ nº 162, de 19 de dezembro de 2018, com a participação de juristas do próprio CNJ, STJ, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e de São Paulo – TJRJ e TJSP, respectivamente -, e advogados. O juiz Daniel Carnio, que também é titular da 1ª Vara de Falências, Recuperações Judiciais e Conflitos relacionados à Arbitragem de São Paulo, lembrou que as empresas e toda uma cadeia de pequenos negócios e serviços, interligada aos grandes empreendimentos, sofreram as pressões da crise econômica brasileira, cujos efeitos ainda persistem.

De acordo com o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, o Brasil encerrou 2018 com 1.408 pedidos de recuperações judiciais. O acumulado de janeiro a dezembro do ano passado se manteve similar ao patamar consolidado de 2017 (1.420), com pequena queda de 0,8%, ainda conforme dados do Serasa. O recorde histórico foi verificado pelo indicador em 2016 (1.863) – o maior volume registrado desde 2006 e posterior à Nova Lei de Falências (junho/2005), resultado influenciado pelo cenário recessivo no País, que ganhou força a partir de 2014.

Ainda conforme o levantamento feito pelo Serasa Experian, entre os pedidos de recuperação judicial contabilizados no ano passado, a predominância foi das micro e pequenas empresas, com 871 requerimentos. Em seguida, as médias (327) e as grandes empresas (210).

Segundo o juiz Daniel Carnio Costa, as ferramentas de enfrentamento da crise econômica se tornaram muito importantes e ganharam mais espaço entre os debates jurídicos, sobretudo em relação à recuperação judicial de empresas.

A Lei nº 11.101/2005, em seu Capítulo III, nas Disposições Gerais, diz que a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de evitar que essa empresa feche as portas definitivamente. Dessa forma, permite a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

“O que nós queremos com essa palestra é falar um pouco sobre a recuperação de empresas e de que maneira o Poder Judiciário pode colaborar para que o Brasil supere os efeitos dessa crise”, explicou o juiz Daniel Carnio Costa.

A iniciativa é da Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam) e as inscrições são gratuitas e continuam abertas. Os interessados podem acessar o portal da escola (www.tjam.jus.br/esmam) e clicar no ícone Ambiente Virtual de Aprendizagem. Uma vez na página, é só clicar no banner do evento. As pessoas que participam pela primeira vez de eventos da escola terão que preencher um cadastro online a fim de assegurar o certificado – serão 3 horas/aula de atividades complementares. O palestrante fará sorteio de livros ao final do evento entre os presentes.

Perfil

O juiz Daniel Carnio é mestre em Direito pela Fadisp, doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), mestre em Direito Comparado pela Samford University (Estados Unidos) e pós-doutor em Direito – Universidade de Paris Panthéon/Sorbonne. É ainda autor de vários livros. O magistrado também é membro da Academia Paulista de Magistrados (APM), foi eleito o Jurista do Ano – 2018 pela Ordem dos Economistas do Brasil, é consultor do Banco Mundial para legislação em recuperação judicial em diversos países e ainda atua como juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

 

 

Os quatro novos magistrados estão realizando curso na Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam).

Os quatro juízes do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) que tomaram posse na última quinta-feira (23/5) – Otávio Ferraro, Leonardo Carvalho, Andressa Piazzi e Emmanuel de Souza – já estão participando do Curso de Formação Inicial para Novos Magistrados, coordenado pela Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam). As aulas começaram na segunda (27/5) com o módulo sobre os sistemas judiciais eletrônicos, utilizados pela Corte Estadual de Justiça.

 

O curso é obrigatório para os novos juízes e possui, no total, 480 horas/aula, devendo ser concluído em setembro deste ano. O treinamento cumpre a Resolução da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) nº 2, de 8 de junho de 2016, que dispõe sobre os programas para a preparação de magistrados e ainda regulamenta os cursos oficiais para o ingresso, formação inicial e de formadores.

 

De acordo com o juiz de Direito Flávio Henrique Albuquerque de Freitas, professor e coordenador-geral de cursos da Esmam, a “Formação Inicial” tem a finalidade de proporcionar aos novos juízes uma formação voltada especificamente para a atividade judicante. “Importante destacar que os conteúdos do curso são inerentes ao exercício da função de magistrado”, comentou.

 

As 480 h/a foram divididas em etapas Teórica (360 h/a) e Estágio Supervisionado (atividades práticas), com 120 h/a. Esta última terá o acompanhamento de magistrados do TJAM, que prestarão as orientações necessárias durante o estágio. O curso está sendo realizado na Esmam, que funciona no 1º andar do Centro Administrativo Desembargador José Jesus Ferreira Lopes, anexo ao edifício-sede do TJAM, bairro do Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus.

 

Primeiro módulo

 

Esta semana, os novos juízes estão em treinamento com o sistema Projudi (Processo Judicial Digital). “Estamos apresentando esse sistema, que é um programa adotado nas Comarcas do interior interligadas via satélite. O Projudi é utilizado através de uma parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná e permite a substituição do papel por autos processuais digitais”, explicou Rhedson Esashika, analista do Projudi. Na quinta e sexta, os juízes receberão treinamento sobre o sistema adotado na capital, o SAJ (Sistema de Automação da Justiça).

 

“O curso está sendo muito interessante e bem produtivo. O conteúdo está sendo ministrado de forma clara e prática, pois estamos recebendo a explicação e já lidando com o sistema, o que facilita bastante a compreensão”, comentou o juiz Otávio Ferraro, que é paranaense.

 

Módulo nacional

 

Já na próxima semana, de 3 a 7 de junho, a programação seguirá com o módulo nacional, que será desenvolvido por professores da Enfam. O desembargador Eladio Luiz da Silva Lecey, presidente da Comissão de Desenvolvimento Científico e Pedagógico da Enfam, fará a abertura do módulo nacional, na segunda-feira, às 9h. Logo depois, vai palestrar sobre o “Juiz Contemporâneo”.

 

Na segunda à tarde, a partir das 14h20, o juiz federal Friedmann Anderson Wedpap, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, abordará o tema da “Ética e o Humanismo”. O “Juiz e o Mundo Virtual” abrirá os trabalhos da terça-feira (4/6), às 9h, com a juíza federal Márcia Maria Nunes de Barros (TRF2); à tarde, as “Questões Raciais” serão o tema da palestra do juiz de Direito Gerivaldo Alves Neiva, do Tribunal de Justiça da Bahia.

 

“Questões de Gênero” e “Infância e Juventude” serão os assuntos discutidos na quarta-feira (5/6) com os juízes Reijjane ferreira de Oliveira (TJPA) e Katy Braun do Prado (TJMS). Na quinta será a vez do “Sistema Carcerário”, a partir das 9h, com o juiz de Direito João Marcos Buch (TJSC). Os “Impactos Sociais, Econômicos e Ambientais das Decisões Judiciais e a Proteção do Vulnerável” vão movimentar os debates da tarde de quinta, às 14h20.

 

O último dia do módulo nacional, em Manaus, trará a “Gestão de Pessoas” para a discussão com os novos juízes, na parte da manhã. E, à tarde, o tema “O Juiz, a Sociedade e os Direitos Humanos”, com o juiz Flávio Henrique de Freitas, professor e coordenador de cursos da Esmam e auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça.

 

 

Os cursos ocorrem durante três dias. As aulas acontecem nas dependências da Esmam, em Manaus.


Magistrados e servidores dos Tribunais de Justiça do Amazonas, Acre, Amapá, Pará e Rondônia estão em Manaus participando dos cursos de Formação de Formadores (Fofo) – nível 1, módulos 1 e 3 – que têm o objetivo de preparar esses profissionais para atuação como docentes das escolas judiciais brasileiras. Os dois cursos já iniciaram e estão sendo promovidos pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam).

As aulas são realizadas no horário de 9h às 12h40 e das 14h20 às 18h, nas salas da Esmam – 1º andar do Centro Administrativo Desembargador José Jesus Ferreira Lopes, anexo ao edifício-sede do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), localizado no bairro do Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus. No primeiro módulo do nível 1 do curso de Formação de Formadores, são 31 participantes.

Já no terceiro módulo do Fofo, 15 magistrados estão participando do curso. São três dias de aula. De acordo com a Enfam, a intenção é trabalhar o desenvolvimento de competências para a atuação dos profissionais como professores. Para isso, estão sendo aplicados os fundamentos didático-pedagógicos básicos expressos nas Diretrizes Pedagógicas da Enfam em ações formativas.

De acordo com a pedagoga Aldene Bentes, do Núcleo de Pedagogia da Esmam, o Fofo possui várias etapas e a primeira delas, o nível 1 – que está sendo realizado neste momento em Manaus -, é composto por três módulos: o primeiro, trata da exposição e dinâmicas que têm a finalidade de discutir temas relacionados aos processos de ensino e de aprendizagem, orientados para o desenvolvimento de competências, como o planejamento de aula e estratégias de ensino.

O segundo módulo do nível 1, trata do desenvolvimento do docente. Neste curso são aplicados os aspectos relativos aos princípios da ética e do humanismo como elementos constitutivos da formação. Também são discutidos os elementos do planejamento que viabilizam estruturar com clareza e objetividade a ação educativa; nesse módulo são organizadas ainda as estratégias de ensino e avaliação coerentes com os objetivos educacionais.

E o módulo 3 – que também está sendo realizado esta semana na Esmam -, traz reflexões sobre a prática docente, com a integração de palestra de temas pedagógicos ou jurídicos que tenham como objetivo a ampliação e o aprofundamento da formação, e de oficinas que tratem da aplicação do trabalho educativo no âmbito da magistratura.

“O interessante nesses cursos é que os formadores reorganizam sua atividade educativa e fazem isso a partir da troca de experiência reflexiva, que se estabelece entre eles. Tanto o módulo 1 quanto o 3, a combinação da atuação do magistrado formador com o lado pedagógico, leva a pensar a educação no âmbito da magistratura”, comentou a professora Maria Eveline Pinheiro, da Enfam.

Módulo 1

No módulo 1, as aulas estão sendo ministradas pelas professoras Maria Eveline Pinheiro e Sara Fernanda Gama. A primeira é pedagoga, mestra em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), atuou nas redes pública e privada de educação básica do Distrito Federal e em cursos de formação de docentes; Maria Eveline também já participou da elaboração de livros, como “Projeto Político-Pedagógico da Escola” e “Docentes Universitários Aposentados: Ativos ou Inativos”, e ainda atua na seção de Planejamento e Avaliação Educacional da Enfam.

Sara Fernanda é doutora em Direito pela Universidade do Museo Social Argentino; mestra em Ciências Jurídicas e Políticas pela Universidade do Porto (Portugal); especialista em Direito Civil e Processual Civil pela Universidade Federal de Pernambuco; foi promotora de Justiça no período de 1996 a 1998 e titular da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher no Maranhão (2007 a 2013). É coordenadora substituta do centro de Apoio às Vítimas do Tribunal de Justiça do Maranhão e atua também como juíza auxiliar da capital do Estado maranhense.

Módulo 3

O terceiro módulo do Fofo, com a participação de juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça do Amazonas, está sendo ministrado pelos juízes José Henrique Torres (TJSP) e Flávio Henrique Albuquerque de Freitas (TJAM) e também pela professora da Enfam Maria Eveline Pinheiro.

O primeiro magistrado é titular da Vara do Júri da Comarca de Campinas (TJSP), especialista em Direito das Relações Sociais e em Direito Processual Penal. Também é membro da Comissão de Assessoramento Pedagógico da Enfam, já presidiu a Federação de Associações Juízes para a Democracia da América Latina e Caribe, e integrou a Comissão de Terminalidade da Vida do Conselho Federal de Medicina (CFM). É consultor do Ministério da Saúde, da Comissão de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. É também membro do Grupo de Estudos sobre Aborto, da Rede Global Doctors For Choice/BR, da Católicas pelo Direito de Decidir e Plataforma Brasileira para a Política de Drogas.

O juiz Flávio Henrique de Freitas é especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Estácio de Sá; especialista em Direito Processual Civil – Universidade Estácio de Sá. É juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Amazonas. Atua também na coordenação de Cursos de Ingresso, Formação Inicial e Continuada da Escola Superior da Magistratura do Amazonas.

 

 

 

Em parceria com a Semed, Seduc e OAB, o TJAM levou palestras, peças teatrais e atividades lúdicas às escolas para abordar o tema junto a estudantes de 6 a 14 anos.

Peças teatrais, palestras e atividades lúdicas com a participação de personagens do universo Marvel e de histórias infantis foram as estratégias utilizadas para levar orientações a alunos de quatro escolas da rede pública da capital durante esta semana, como parte da campanha alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – celebrado no último dia 25 –, promovida pela 2ª Vara Especializada em Crimes contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes (VECDSCA) e Coordenadoria da Infância e da Juventude (COIJ) do Tribunal de Justiça do Amazonas. As ações aconteceram na Escola Estadual Ana Lúcia de Morais Costa e Silva; Escolas Municipais Maria Pereira Campos e Vinícius de Moraes – todas na zona Norte; e Maria Lira Pereira, na zona Sul, onde a programação foi concluída nesta quinta-feira (23).

Na Escola Municipal Vinícius de Moraes, localizada na Comunidade Celebridade, no bairro Colônia Terra Nova, zona Norte da Cidade, que recebeu a ação na manhã de quarta-feira, alunos de 6 a 14 anos participaram da atividade, realizada com o apoio da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), que levou assistentes sociais e advogados voluntários, e da Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio do projeto “Caravana da Educação Física”, com professores da disciplina que atuam em 123 Centros de Educação Infantil de Manaus

As crianças de 6 a 10 anos, estudantes do 1º ao 5º ano, ficaram no auditório, orientadas pela personagem “Super Juíza”, representada pela magistrada titular da 2ª VECDSCA, Articlina Guimarães, que fez questão de se apresentar caracteriza para interagir com os pequenos e passar as orientações. “Nossa intenção é de que a informação chegue de forma lúdica, levando com brincadeiras, a mensagem que é a base da prevenção. Essa atividade de hoje parece bem porquinho, parece um grãozinho de areia no deserto mas, na verdade, para muitas crianças, isso é de extrema importância, porque essa ideia é replicada, é reproduzida pelas próprias crianças. Podemos fazer muito mais e já estou bem feliz com o resultado alcançado hoje”, afirmou a magistrada, agradecendo a dedicação de todos os parceiros da atividade.

A “Caravana de Educação Física” da Semed, com professores caracterizados como heróis da série Vingadores, orientaram os alunos sobre os “super-poderes” que estão ao alcance deles e que permitem que se imponham contra situações de abuso e a exploração. O professor Edivandro Alves, fantasiado como o personagem Loki, irmão vilão do Thor, explicou que sem estar caracterizado com um personagem para falar com a criança, ela até escuta, mas se ela não tem nenhum vínculo com a pessoa, a internalização dela é bem pequena. “Mas quando você traz um personagem que é referência dela e pelo qual ela tem carinho e proximidade, aí essa informação será internalizada de maneira mais rápida. Os personagens próximos da realidade deles, todos os dias assistem e vivem esses personagens na TV. Apresentamos o herói e o vilão e mostramos que podemos lutar contra problemas que podem acontecer. O bem usa seu poder para derrotar o mal e as crianças assimilam isso e negam tudo o que é do mal, aprendem a dizer não, a falar o que viram, contando o que aconteceu, se negam a receber brinquedos, presentes ou carona”, explica o professor de Educação Física da Semed.

Os pré-adolescentes, de 11 a 14 anos, alunos do 6° ao 9° ano, reunidos em outro espaço da escola, participaram de atividade com abordagem diferente: uma peça teatral, encenada pelo grupo Sapeca, formado por assistentes sociais voluntárias, que realizam atividades de apoio à infância junto à Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas. Advogados e assistentes sociais se juntaram durante essa semana à equipe do TJAM e Semed levando esclarecimentos e até mesmo prestando atendimentos nos locais designados para receber a caravana.

A advogada Tandra Peixoto Sena, presidente da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas explicou que a OAB-AM está engajada no acompanhamento de casos de exploração e abuso sexual infantil. “Estamos em parceria com o Grupo de teatro Sapeca, e buscamos em visita às escolas, plantar informação sobre a questão do abuso e exploração sexual, informamos às crianças acerca de seus direitos dentro do Estatuto da Criança e do Adolescente para poderem denunciar, seja para professora, para os pais, ou outra autoridade. Orientar as crianças que elas têm direito e que elas podem exercer esse direito”, afirma a advogada.

Realidade da escola

A escola atende 456 crianças em dois turnos e, segundo a gestora, Martha Braga Fernandes, está localizada em uma comunidade carente, com crianças que nunca saíram do espaço geográfico do bairro. A chegada da equipe causou empolgação e a mensagem a ser passada foi recebida com muita atenção. A gestora lembrou que nenhuma situação de abuso ou exploração foi relatada, até o momento, pelas crianças e é sempre bom esclarecer. “Esse tema é tratado o ano todo dentro da escola, há todo um cuidado na abordagem que realizamos, orientados pela Semed, seja com músicas ou filmes. Os professores estão sempre observando o comportamento das crianças. Orientamos os cuidados que eles devem ter”, esclareceu a gestora Martha Braga.

O aluno do 5º ano, David Jessé Bezerra de Araújo, 10 anos de idade, deu boas vindas a cada integrante da equipe. Extrovertido, disse que era muito legal receber pessoas na escola e estava animado, quanto ao conhecimento do tema, o pequeno mostrou-se esclarecido. “Minha mãe disse que pessoas más fazem coisas ruins com as crianças e deixam elas com pesadelo pelo resto de suas vidas. Aprendi que para denunciar tem o Disque 100. Que, quando eu for na rua para escola, devo tomar muito cuidado não falar com estranhos e não aceitar nada”, diz o estudante.

O evento aconteceu durante dois dias na capital amazonense e registrou mais de 600 pessoas inscritas.


O cinquentenário da Associação dos Magistrados do Amazonas (Amazon) foi comemorado com a realização de um congresso jurídico nos dias 16 e 17 deste mês, em Manaus, reunindo grandes nomes do Direito brasileiro, dentre eles, Lenio Streck, Aury Lopes Jr. e Ricardo Lewandowski. Mais de 600 pessoas se inscreveram no evento promovido em parceria com a Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam), Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Samel e Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg-AM).

 

O evento foi aberto pelo presidente da Amazon, juiz de Direito Cássio André Borges, que ressaltou a opção da entidade em comemorar o seu Jubileu de Ouro para a difusão do conhecimento jurídico. “Optamos por um congresso por ser uma forma de trazer a comunidade acadêmica, o operador do Direito e a própria sociedade para dentro da nossa casa. Recebemos um grande apoio da Esmam, Tribunal de Justiça, Samel e da Anoreg para fazer um evento grandioso, do tamanho da história da Amazon”, ressaltou Cássio Borges. “A nossa entidade representa os magistrados, que prestam justiça neste Estado há mais de cem anos, e a Amazon, com esse evento, pode dar o seu recado à sociedade de que nós somos juízes, só existimos enquanto juízes porque prestamos jurisdição para o cidadão”, continuou, fazendo um agradecimento a todos os envolvidos na realização do congresso.

 

O desembargador Flávio Pascarelli, diretor da Esmam, também discursou na abertura do Congresso dos Magistrados do Amazonas – Jubileu de Ouro da Amazon, realizado na tarde do dia 16, no auditório do Centro Administrativo Desembargador José Jesus Ferreira Lopes, prédio anexo à sede do TJAM, no bairro do Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus. Pascarelli lembrou que já presidiu a Amazon e tem participado da luta associativista por 35 anos. “A Amazon é importante para o magistrado, representando-o na construção dos avanços e conquistas da carreira, pois trata-se de um braço político da magistratura. A Esmam tem a honra de participar da realização desse evento”, enfatizou Pascarelli.

 

O vice-presidente do TJAM, desembargador Wellington José Araújo, que representou o presidente da Corte Estadual de Justiça, desembargador Yedo Simões, disse que está na magistratura há quase 40 anos e que faz parte da Amazon desde 1980, quando também participou da Diretoria da entidade, à época. Ele parabenizou à Amazon e toda sua equipe pelo congresso e escolha dos temas, que considerou de muita relevância para os operadores do Direito e acadêmicos.

 

A abertura do evento também foi prestigiada pelo procurador-geral do Amazonas, Alberto Bezerra de Melo, que representou o governador Wilson Lima; a procuradora-geral de Justiça Leda Mara Nascimento Albuquerque, chefe do Ministério Público Estadual; o procurador-chefe da União no Amazonas, André Petzhold Dias; Jorsinei Dourado do Nascimento, chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 11ª Região; também compareceram o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM), Marco Aurélio Choy; o presidente da Associação dos Magistrados do Acre, Daniel Gustavo Bonfim; Lauro Tavares, presidente da Associação Amazonense do Ministério Público do Amazonas; a presidente da Associação dos Defensores Públicos do Amazonas, Kathya Pinheiro Miranda; o defensor público-geral do Amazonas, Rafael Barbosa; além de outras autoridades civis e militares.

 

Discursos de ódio

 

A primeira palestra do congresso foi a do presidente da Amazon, juiz Cássio Borges, que substituiu a desembargadora Liana Mendonça, ausente por motivo de doença. No tema – Discursos de Ódio e o Limite da Liberdade de Expressão -, Borges fez uma análise minuciosa principalmente das mensagens veiculadas nas redes sociais e seus impactos na sociedade.

 

“Hoje, com o uso das redes sociais, um grande número de pessoas se acha no direito de destilar seus preconceitos, usando a alegação de ‘liberdade de opinião’, como viés para tal atitude”, observou o juiz. “Isso não é liberdade, é, na verdade, uma incorreção travestida de democracia, que visa atacar a própria democracia”, completou o magistrado.

 

Para o juiz, a sociedade brasileira “está doente” e somente uma Justiça vigilante e o respeito à Constituição podem garantir uma sociedade justa e pacífica.

 

No primeiro dia do evento, também palestraram a juíza federal Jaiza Fraxe, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que abordou as Políticas Públicas para a igualdade de gênero; o professor doutor Marcelo Maciel, da Universidade Federal de Minas Gerais, falou a respeito da evolução dos direitos da comunidade LGBT na jurisprudência brasileira; e o evento teve ainda a participação do jurista Lenio Luiz Streck, que discutiu com os presentes o papel do Judiciário na afirmação do regime constitucional de liberdades públicas.

 

O segundo dia foi marcado pelas palestras do ministro Ricardo Lewandowski, jurista Aury Lopes Jr, desembargador Flávio Pascarelli e do defensor público Maurílio Casas, que contou ainda com uma participação do juiz do TJAM Saulo Goes.